sábado, 31 de outubro de 2015

A Guerra do Paraguai

No século XIX, as nações americanas emancipadas após a crise do sistema colonial se lançaram ao desafio de estabelecerem a soberania política e econômica de seus territórios. Essa seria uma tarefa bastante difícil, pois passados séculos de dominação colonial, esses novos países teriam que enfrentar os desafios estabelecidos pelo capitalismo industrial e financeiro do período.
Segundo alguns estudiosos, o processo de independência das nações latino-americanas não significou o fim da subserviência política e da dependência econômica. Sob outros moldes, esses países ainda estavam presos a instituições corruptas e à antiga economia agroexportadora. Contrariando essa tendência geral, durante o século XIX, o Paraguai 
Nos governos de José Francia (1811-1840) e Carlos López (1840-1862) o analfabetismo foi erradicado do país e várias fábricas foram instaladas com o subsídio estatal. Além disso, melhorou o abastecimento alimentício com uma reforma agrária que reestruturou a produção agrícola paraguaia ao dar insumos e materiais para que os camponeses produzissem. Esse conjunto de medidas melhorou a condição de vida da população e fez surgir uma indústria autônoma e competitiva.
No ano de 1862, Solano López chegou ao poder com o objetivo de dar continuidade às conquistas dos governos anteriores. Nessa época, um dos grandes problemas da economia paraguaia se encontrava na ausência de saídas marítimas que escoassem a sua produção industrial. Os produtos paraguaios tinham que atravessar a região da Bacia do Prata, que abrangia possessões territoriais do Brasil, Uruguai e Argentina.
Segundo alguns historiadores, essa travessia pela Bacia do Prata era responsável, vez ou outra, pela deflagração de inconvenientes diplomáticos entre os países envolvidos. Visando melhorar o desempenho de sua economia, Solano pretendia organizar um projeto de expansão territorial que lhe oferecesse uma saída para o mar. Dessa maneira, o governo paraguaio se voltou à produção de armamentos e a ampliação dos exércitos que seriam posteriormente usados em uma batalha expansionista.
No entanto, outra corrente historiográfica atribuiu o início da guerra aos interesses econômicos que a Inglaterra tinha na região. De acordo com essa perspectiva, o governo britânico pressionou o Brasil e a Argentina a declararem guerra ao Paraguai alegando que teriam vantagens econômicas e empréstimos ingleses caso impedissem a ascensão da economia paraguaia. Com isso, a Inglaterra procurava impedir o aparecimento de um concorrente comercial autônomo que servisse de modelo às demais nações latino-americanas.
Sob esse clima de tensão, a Argentina tentava dar apoio à consolidação de um novo governo no Uruguai favorável ao ressurgimento do antigo Vice Reinado da Prata, que englobava as regiões da Argentina, do Paraguai e Uruguai. Em contrapartida, o Brasil era contra essa tendência, defendendo a livre navegação do Rio da Prata. Temendo esse outro projeto expansionista, posteriormente defendido por Solano López, o governo de Dom Pedro II decidiu interceder na política uruguaia.  Após invadir o Uruguai, retaliando os políticos uruguaios expansionistas, o governo brasileiro passou a ser hostilizado por Solano, que aprisionou o navio brasileiro Marquês de Olinda. Com esse episódio, o Brasil decidiu declarar guerra ao Paraguai. A Inglaterra, favorável ao conflito, concedeu empréstimos e defendeu a entrada da Argentina e do Uruguai na guerra.

Em 1865, Uruguai, Brasil e Argentina formaram a Tríplice Aliança com o objetivo de aniquilar as tropas paraguaias. Inicialmente, os exércitos paraguaios obtiveram algumas vitórias que foram anuladas pela superioridade do contingente militar e o patrocínio inglês da Tríplice Aliança. Mesmo assim, as boas condições estruturais e o alto grau de organização dos exércitos paraguaios fizeram com que a guerra se arrastasse por cinco anos. Somente na série de batalhas acontecidas entre 1868 e 1869, que os exércitos da Tríplice Aliança garantiram a rendição paraguaia.

O saldo final da guerra foi desastroso. O Paraguai teve cerca de 80% de sua população de jovens adultos morta. O país sofreu uma enorme recessão econômica que empobreceu o Paraguai durante muito tempo. Com o final da guerra, o Brasil conservou suas posses na região do Prata. Em contrapartida, o governo imperial contraiu um elevado montante de dívidas com a Inglaterra e fez do Exército uma instituição interessada em interferir nas questões políticas nacionais.

 A maior beneficiada com o conflito foi a Inglaterra, que barrou o aparecimento de uma concorrente comercial e lucrou com os juros dos empréstimos contraídos.

Fonte: Brasil Escola
Por Rainer Sousa - Mestre em História



 Vitória épica da armada brasileira na Guerra do Paraguai completou 151 anos.

Há 151 anos, no dia 11 de junho de 1865, a Marinha Imperial Brasileira vencia a Batalha Naval do Riachuelo – mais importante conflito da armada nacional durante a Guerra do Paraguai (1864-1870). A vitória foi decisiva para assegurar ao Brasil e aos aliados da Tríplice Aliança (Uruguai e Argentina) a supremacia na bacia do Rio da Prata, caminho estratégico para o envio de tropas e suprimentos na luta contra os invasores da província de Corrientes, na Argentina.
A Batalha do Riachuelo ainda é considerada por militares e historiadores como uma das mais importantes da história do Brasil, não só pelo tamanho da tropa envolvida, mas também pela atuação marcante do almirante Francisco Manoel Barroso, comandante da esquadra brasileira e que, mesmo tendo perdido a primeira fase do embate, conseguiu reverter a adversidade e vencer a batalha.
“Essa batalha é emblemática por ter sido, desde a Guerra da Cisplatina e depois da Guerra do Paraguai, a maior batalha naval em que se envolveu a Marinha de Guerra brasileira. Posteriormente, na I e na II Guerra Mundial, nossa Marinha não teve operação de guerra dessa envergadura”, avaliou o professor de História Francisco Doratioto, da Universidade de Brasília (UnB).
Na decisiva manhã de 11 de junho, a esquadra brasileira se encontrava em território inimigo, perto da cidade de Corrientes, na Argentina – que estava ocupada por tropas paraguais. O plano idealizado pelo ditador Francisco Solano López era fazer um ataque surpresa contra os brasileiros e tomar seus navios.  Ao todo, eram nove as embarcações brasileiras - Amazonas, Belmonte, Beberibe, Jequitinhonha, Parnaíba, Mearim, Araguaí, Iguatemi e Ipiranga -, todas elas projetadas para lutas em mar aberto, o que representava uma desvantagem para o Brasil, uma vez que a batalha se desenrolou num rio e, por vezes, em águas rasas.
A esquadra paraguaia – sob o comando do oficial Pedro Inácio Mezza – também dispunha de nove navios, a grande maioria mercantes, improvisados em embarcações de guerra.
Os inimigos também contavam com seis ‘chatas’, que eram barcos sem propulsão, rebocados pelas outras embarcações. Como tinham fundo raso, eram de difícil visualização para o inimigo, deixando à mostra somente seus canhões com seis polegadas de calibre.
A Batalha: Quando o Paraguai foi iniciar a ofensiva, um dos navios teve problemas em sua hélice, o que atrasou o ataque e retirou o fator surpresa da estratégia de López.
Apesar do contratempo, os paraguaios insistiram com o confronto e, por volta das 9h, desceram o Rio Paraná para iniciar o ataque.
Ao flagrar a movimentação inimiga, Barroso determinou que parte de seus homens, que estava em terra em busca de lenha, reembarcassem e se preparassem para a luta.
Enquanto as embarcações brasileiras se organizavam, os paraguaios desceram o rio e iniciaram o ataque com seus canhões. Após os disparos, seguiram em frente e foram se abrigar junto a Foz do Riachuelo, onde, em terra, estava parte de sua artilharia.
Em formação, a esquadra brasileira desceu o rio em direção aos paraguaios e um novo combate foi iniciado. Os navios conseguiram passar pelas embarcações paraguaias, mas apenas seis concluíram o translado. Dois deles –Jequitinhonha e Belmonte – encalharam. Parnaíba, por sua vez, foi atacado por três navios paraguaios.
Com os brasileiros em clara desvantagem, a batalha poderia ter chegado ao fim. O comandante Barroso, entretanto, decidiu retornar e subir o rio novamente. Ao se aproximar dos navios paraguaios, aproveitou o porte das embarcações imperiais, especialmente da fragata Amazonas, e abalroou as embarcações paraguaias, o que acabou levando a esquadra brasileira à vitória.
O diretor do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, almirante Armando de Senna Bittencourt, explica que essa decisão do comandante Barroso foi a responsável pela mudança de rumo na Batalha.
“Barroso teve a coragem de voltar e, numa manobra tática e decisiva, usou a proa do navio dele como aríete e abalroou pelo menos dois navios”, avalia.
Para o historiador Francisco Doratioto, a manobra empregada por Barroso foi essencial para assegurar o sucesso brasileiro no confronto.
“Barroso teve grande presença no combate. A frota brasileira foi atacada quando amanhecia e as caldeiras dos navios ainda estavam sendo aquecidas. Ainda assim, ele teve êxito em posicionar os navios para a batalha e, nesta, manteve uma interpretação correta do seu desenrolar e tomou as iniciativas necessárias para vencer as embarcações atacantes”, explicou.
O almirante Bittencourt acredita que a vitória de Riachuelo levantou o moral das tropas e foi essencial para assegurar não só o desfecho favorável ao Brasil na Guerra do Paraguai, mas também para fortalecer o país como uma nação.
“A guerra foi longa, difícil e causou muitas mortes e sacrifícios. Foi nela que brasileiros de todas as regiões do país foram mobilizados e trabalharam juntos para a defesa da Pátria. Consolidou-se, assim, nossa nacionalidade”, concluiu o almirante.
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Fonte: Defesa Net



Inglaterra 'forçou' o fim da escravidão no Brasil

Por: Roberson de Oliveira*

Extinguir ou não a escravidão? Talvez essa tenha sido a questão mais relevante discutida no Brasil no século 19. José Bonifácio, já na época da Independência, alertava que a construção da nação dependia, em grande parte, da libertação dos escravos.
Após a Guerra do Paraguai, o problema voltou a chamar a atenção da sociedade de forma intermitente até que, durante a década de 1880, concentrou os debates que resultaram na decretação da Lei Áurea, em 13 de maio de 1888. Apesar das inúmeras pressões, o Brasil foi o último país a tornar ilegal uma das obras mais nefastas criadas pelo homem.
Desde a Independência, a Inglaterra vinha exigindo do governo brasileiro ações explícitas para acabar com o tráfico. Como resposta, foi aprovada, em 1831, uma "lei para inglês ver", que declarava livres os africanos desembarcados em portos brasileiros após aquele ano. Essa lei, naturalmente, foi desrespeitada milhões de vezes, com a cumplicidade cínica das elites políticas e das autoridades do governo, o que ajudou a consolidar a tradição que vigora até hoje no Brasil, segundo a qual a violação da regra é a regra.
Em 1845, esgotou-se a paciência dos ingleses. Eles aprovaram o Bill Aberdeen e passaram a reprimir o tráfico internacional de escravos. O Brasil ainda resistiu por alguns anos, mas, em 1850, depois de várias ações inglesas contra navios brasileiros, foi aprovada a Lei Eusébio de Queirós, que extinguia o tráfico para o Brasil.
A extinção do tráfico tornou o fim da escravidão uma questão de tempo. Os fazendeiros começaram a tentar utilizar o trabalho livre do imigrante. Depois de alguns fracassos iniciais, o sistema do colonato se consolidou como uma alternativa segura e eficiente.
A abolição da escravatura nas colônias da França e depois nos EUA jogou por terra o último argumento da aristocracia escravista brasileira em defesa do regime.
As elites alegavam que o fim da escravidão representava o colapso da economia do país. Identificavam assim seus interesses particulares com os da nação. Entretanto, a realidade internacional mostrava o contrário: nos países em que a escravidão fora extinta, o desenvolvimento se acelerara. O "terrorismo" das elites aristocráticas não tinha amparo na realidade.
As pressões do Movimento Abolicionista desferiram o golpe final contra o regime. A escravidão acabou e o fim do mundo não veio, como previam as elites decadentes e retrógradas.
*Roberson de Oliveira é autor de "História do Brasil: Análise e Reflexão" e "As Rebeliões Regenciais" (Editora FTD) e professor no Colégio Rio Branco e na Universidade Grande ABC.
Fonte: UOL

Em outras palavras pode se dizer:

A Inglaterra, uma das nações mais poderosas da época, era a que mais pressionava o Brasil para abolir a escravidão seu interesse pode ser explicado por causa de dois fatores:
1º) O interesse em aumentar o consumo de seus produtos no Brasil. Os negros libertos tornariam-se aptos à comprarem os produtos industrializados ingleses.
2º) O interesse em manter os africanos trabalhando nas plantações de algodão e nas minas de diamantes que possuíam no continente africano.
A Inglaterra, no decorrer do tempo foi aumentando a pressão para que o Brasil libertasse seus escravos. Esse fato pode ser percebido nas leis impostas pela Inglaterra:
1810 – Os ingleses fizeram o governo português no Brasil a se comprometerem a abolir o comércio de escravos.
1827 – A Inglaterra exige que o Brasil deixe de comprar escravos no prazo de três anos.

1845 – A Inglaterra declara guerra ao tráfico. Sua marinha recebeu autorização de bombardear os navios que transportassem escravos.

A lei foi denominada “Bill Aberdeen”.

José Bonifácio, A Escravidão e A Civilização dos Índios Bravos

José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu na cidade de Santos (São Paulo) em 1763. Foi um importante estadista e poeta (usava o pseudônimo de Américo Elysio em seus poemas). Conhecido como o “Patriarca da Independência”, dedicou-se também à ciência.
 Morou na Europa entre os anos de 1790 e 1819. José Bonifácio foi ministro do príncipe D. Pedro, tornando-se figura importante no processo de Independência do Brasil (7 de setembro de 1822). Orientou e aconselhou D. Pedro nos momentos que antecederam a independência do nosso país.
Quando a Assembleia Constituinte foi dissolvida pelo imperador (1823), José Bonifácio e seus irmãos foram deportados. O exílio durou de 1823 a 1829. Em 1831, após a abdicação, D. Pedro I nomeou José Bonifácio como tutor de seus filhos. Porém, em 1833, foi demitido desta função.
Foi casado com Narcisa Emília O'Leary com quem teve três filhas: Carlota Emília, Gabriella Frederica e Narcisa Cândida. Foi morar na ilha de Paquetá (estado do Rio de Janeiro) entre 1833 e 1838, ano em que faleceu.
José Bonifácio, conhecido como o Patriarca da Independência, teve papel fundamental na preparação e consolidação da Independência do Brasil. Era paulista, nascido em Santos no dia 13 de junho de 1763. Sua família era uma das mais ricas e importantes da cidade. Aos 21 anos partiu para estudar na Universidade de Coimbra, onde se especializou em Mineralogia. Já em 1822, quando ocupava o cargo de ministro de D. Pedro I, era chamado por seus partidários de "Pai da Pátria", "Timoneiro da Independência", "o Patriarca". Em vários jornais e publicações da época era reconhecido como um dos primeiros a protestar contra a política recolonizadora das Cortes, além de um dos líderes da campanha pela permanência do príncipe no Brasil.
José Bonifácio e seus irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco, conhecidos como os Andradas, participaram ativamente da vida política brasileira durante os primeiros anos do Governo de D. Pedro I, chegando a ser apontados como os homens mais poderosos do Primeiro Reinado.
Em 1808, quando os franceses invadiram Portugal, José Bonifácio, ao lado dos portugueses, lutou contra o ataque estrangeiro. "Era aos olhos de todos, um bom português, fiel a Portugal e ao Príncipe." Após a expulsão dos franceses, retomou seu trabalho científico, mantendo-se afastado da política portuguesa.
Em 1819, com 56 anos, José Bonifácio voltou ao Brasil. Por ocasião da formação da Junta governativa em São Paulo, em 1821, foi escolhido vice-presidente. Iniciava-se, então, sua carreira política.
Na época das eleições para as Cortes de Lisboa, conseguiu eleger três dos seis deputados paulistas, liderados por seu irmão Antônio Carlos. Nesta ocasião redigiu o texto "Lembranças e Apontamentos", que orientaria esses deputados nos trabalhos das Cortes. Esse texto refletia seu pensamento, suas propostas e as ideias que formariam o seu projeto nacional que transformaria o Brasil em um país moderno e civilizado. Assim, defendia a união com Portugal, através da formação de um grande Império luso-brasileiro; recomendava a criação de uma universidade e o aumento de número de escolas; a fundação de uma cidade no interior para ser a sede do governo, visando povoar o sertão; sugeria, ainda, o desenvolvimento da atividade mineradora, o fim da escravidão, a civilização dos índios e uma reforma agrária, através do confisco e venda das terras improdutivas do governo. No decorrer do ano de 1821, inúmeras medidas tomadas pelas Cortes não deixavam mais dúvidas quanto aos seus propósitos recolonizadores. No início de janeiro de 1822, José Bonifácio entregou ao príncipe um documento da Junta de São Paulo pedindo que D. Pedro desobedecesse às ordens das Cortes de Lisboa e ficasse no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, foi convidado a exercer as funções de ministro de Estado. Apresentava-se como o homem mais indicado para assessorar o príncipe-regente: era fiel à Monarquia, possuía experiência administrativa e prestígio social e internacional. Em pouco tempo se tornou o homem de confiança de D. Pedro e seu mais importante ministro, representante dos proprietários de escravos e terras do Centro Sul.

Por ocasião do Fico as forças políticas uniram-se. Afinal, os interesses do Brasil estavam ameaçados pelos constituintes portugueses. No entanto, após a Independência, as divergências e contradições entre os partidos reapareceram. Democratas e aristocratas entraram em choque. José Bonifácio, líder do grupo aristocrata do Partido Brasileiro, desencadeou uma campanha contra os democratas, visando afastá-los de D. Pedro. Os conflitos entre os dois grupos, permitiram que o Partido Português se aproximasse mais do imperador, enfraquecendo o Ministério dos Andradas.
Os Andradas
Muito já foi dito, e ainda assim pouco é conhecido, sobre esta família santista, a dos Andradas, cujo filho mais ilustre se tornou o Patriarca da Independência: José Bonifácio. Que foi batizado como José Antônio, só quando tinha 13 anos aparece num recenseamento com o nome que ficaria famoso; como cientista, estudou profundamente até mesmo a captura das baleias; que na condição de eminente mineralogista classificou doze espécies minerais, quatro delas até então totalmente desconhecidas em sua época; na condição de militar chegou a tenente-coronel em meio às lutas para conter a invasão francesa em Portugal.
Monumento funerário a José Bonifácio
Sua faceta política só muito mais tarde se revelou, e novamente nessa condição muito se louva e pouco se sabe. Há por exemplo um silêncio quase total sobre sua participação na consolidação da independência dos Estados Unidos, que nesse país é reverenciada com uma estátua junto à Biblioteca Municipal de New York (entre outras cidades americanas e europeias).
Também pouco se fala sobre o papel primordial de José Bonifácio na unificação do Brasil, na época da Independência, enquanto o império espanhol se esfacelava, transformando-se em inúmeros países. Há quem acredite que, não fossem as intrigas palacianas que o afastaram, José Bonifácio teria inclusive conseguido evitar o desastre diplomático da questão cisplatina e manter o atual Uruguai como parte do território brasileiro.