sábado, 31 de outubro de 2015

José Bonifácio, A Escravidão e A Civilização dos Índios Bravos

José Bonifácio de Andrada e Silva nasceu na cidade de Santos (São Paulo) em 1763. Foi um importante estadista e poeta (usava o pseudônimo de Américo Elysio em seus poemas). Conhecido como o “Patriarca da Independência”, dedicou-se também à ciência.
 Morou na Europa entre os anos de 1790 e 1819. José Bonifácio foi ministro do príncipe D. Pedro, tornando-se figura importante no processo de Independência do Brasil (7 de setembro de 1822). Orientou e aconselhou D. Pedro nos momentos que antecederam a independência do nosso país.
Quando a Assembleia Constituinte foi dissolvida pelo imperador (1823), José Bonifácio e seus irmãos foram deportados. O exílio durou de 1823 a 1829. Em 1831, após a abdicação, D. Pedro I nomeou José Bonifácio como tutor de seus filhos. Porém, em 1833, foi demitido desta função.
Foi casado com Narcisa Emília O'Leary com quem teve três filhas: Carlota Emília, Gabriella Frederica e Narcisa Cândida. Foi morar na ilha de Paquetá (estado do Rio de Janeiro) entre 1833 e 1838, ano em que faleceu.
José Bonifácio, conhecido como o Patriarca da Independência, teve papel fundamental na preparação e consolidação da Independência do Brasil. Era paulista, nascido em Santos no dia 13 de junho de 1763. Sua família era uma das mais ricas e importantes da cidade. Aos 21 anos partiu para estudar na Universidade de Coimbra, onde se especializou em Mineralogia. Já em 1822, quando ocupava o cargo de ministro de D. Pedro I, era chamado por seus partidários de "Pai da Pátria", "Timoneiro da Independência", "o Patriarca". Em vários jornais e publicações da época era reconhecido como um dos primeiros a protestar contra a política recolonizadora das Cortes, além de um dos líderes da campanha pela permanência do príncipe no Brasil.
José Bonifácio e seus irmãos Antônio Carlos e Martim Francisco, conhecidos como os Andradas, participaram ativamente da vida política brasileira durante os primeiros anos do Governo de D. Pedro I, chegando a ser apontados como os homens mais poderosos do Primeiro Reinado.
Em 1808, quando os franceses invadiram Portugal, José Bonifácio, ao lado dos portugueses, lutou contra o ataque estrangeiro. "Era aos olhos de todos, um bom português, fiel a Portugal e ao Príncipe." Após a expulsão dos franceses, retomou seu trabalho científico, mantendo-se afastado da política portuguesa.
Em 1819, com 56 anos, José Bonifácio voltou ao Brasil. Por ocasião da formação da Junta governativa em São Paulo, em 1821, foi escolhido vice-presidente. Iniciava-se, então, sua carreira política.
Na época das eleições para as Cortes de Lisboa, conseguiu eleger três dos seis deputados paulistas, liderados por seu irmão Antônio Carlos. Nesta ocasião redigiu o texto "Lembranças e Apontamentos", que orientaria esses deputados nos trabalhos das Cortes. Esse texto refletia seu pensamento, suas propostas e as ideias que formariam o seu projeto nacional que transformaria o Brasil em um país moderno e civilizado. Assim, defendia a união com Portugal, através da formação de um grande Império luso-brasileiro; recomendava a criação de uma universidade e o aumento de número de escolas; a fundação de uma cidade no interior para ser a sede do governo, visando povoar o sertão; sugeria, ainda, o desenvolvimento da atividade mineradora, o fim da escravidão, a civilização dos índios e uma reforma agrária, através do confisco e venda das terras improdutivas do governo. No decorrer do ano de 1821, inúmeras medidas tomadas pelas Cortes não deixavam mais dúvidas quanto aos seus propósitos recolonizadores. No início de janeiro de 1822, José Bonifácio entregou ao príncipe um documento da Junta de São Paulo pedindo que D. Pedro desobedecesse às ordens das Cortes de Lisboa e ficasse no Rio de Janeiro. Nessa ocasião, foi convidado a exercer as funções de ministro de Estado. Apresentava-se como o homem mais indicado para assessorar o príncipe-regente: era fiel à Monarquia, possuía experiência administrativa e prestígio social e internacional. Em pouco tempo se tornou o homem de confiança de D. Pedro e seu mais importante ministro, representante dos proprietários de escravos e terras do Centro Sul.

Por ocasião do Fico as forças políticas uniram-se. Afinal, os interesses do Brasil estavam ameaçados pelos constituintes portugueses. No entanto, após a Independência, as divergências e contradições entre os partidos reapareceram. Democratas e aristocratas entraram em choque. José Bonifácio, líder do grupo aristocrata do Partido Brasileiro, desencadeou uma campanha contra os democratas, visando afastá-los de D. Pedro. Os conflitos entre os dois grupos, permitiram que o Partido Português se aproximasse mais do imperador, enfraquecendo o Ministério dos Andradas.
Os Andradas
Muito já foi dito, e ainda assim pouco é conhecido, sobre esta família santista, a dos Andradas, cujo filho mais ilustre se tornou o Patriarca da Independência: José Bonifácio. Que foi batizado como José Antônio, só quando tinha 13 anos aparece num recenseamento com o nome que ficaria famoso; como cientista, estudou profundamente até mesmo a captura das baleias; que na condição de eminente mineralogista classificou doze espécies minerais, quatro delas até então totalmente desconhecidas em sua época; na condição de militar chegou a tenente-coronel em meio às lutas para conter a invasão francesa em Portugal.
Monumento funerário a José Bonifácio
Sua faceta política só muito mais tarde se revelou, e novamente nessa condição muito se louva e pouco se sabe. Há por exemplo um silêncio quase total sobre sua participação na consolidação da independência dos Estados Unidos, que nesse país é reverenciada com uma estátua junto à Biblioteca Municipal de New York (entre outras cidades americanas e europeias).
Também pouco se fala sobre o papel primordial de José Bonifácio na unificação do Brasil, na época da Independência, enquanto o império espanhol se esfacelava, transformando-se em inúmeros países. Há quem acredite que, não fossem as intrigas palacianas que o afastaram, José Bonifácio teria inclusive conseguido evitar o desastre diplomático da questão cisplatina e manter o atual Uruguai como parte do território brasileiro.

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